Indústria de alimentos e bebidas foca em vendas online
As compras online de alimentos e bebidas somaram R$ 7,29 bilhões em 2023, uma alta de 16,6% em comparação a 2022, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm). Esse crescimento contínuo desde a pandemia reflete a expansão do e-commerce no setor, que em 2019 representava apenas 2,99% das vendas. A indústria agora investe fortemente para aumentar a receita digital.
Estratégias de e-commerce na indústria alimentícia
A Mondelez International, que detém marcas como Lacta e Tang, registrou que 10% de suas vendas no Brasil em 2023 foram digitais, com previsão de atingir 30% até 2030. O desafio, segundo Lívia Seabra, diretora de e-commerce, é replicar o comportamento de compras por impulso típico do varejo físico no ambiente virtual. A empresa aposta em produtos exclusivos para marketplaces como Magazine Luiza, Mercado Livre e Amazon, onde viu um aumento de 187% nas vendas semestrais.
Aplicativos de delivery, como iFood, Rappi e Daki, também são cruciais na estratégia digital da Mondelez, que observou um crescimento de 16% nas vendas entre janeiro e junho de 2023. Seabra destaca a importância da inovação e do aumento da frequência de compra para sustentar o crescimento no e-commerce.
A PepsiCo, embora não divulgue dados específicos para o Brasil, reportou um crescimento global de 11% nas vendas de e-commerce no primeiro semestre de 2023. Bruno de Oliveira, gerente de e-commerce da PepsiCo Brasil, afirmou que o comércio eletrônico deve representar 5% a 6% das vendas da empresa até 2025. A estratégia inclui aplicativos de entrega, marketplaces e plataformas de supermercados.
Perspectivas futuras para o e-commerce de alimentos e bebidas
O Grupo Pão de Açúcar atingiu R$ 503 milhões em vendas digitais no primeiro trimestre de 2023, um aumento de 25,1% em relação ao ano anterior. O Carrefour registrou um crescimento de 117,5% nas vendas de alimentos no mesmo período, totalizando R$ 1,2 bilhão. Segundo a NielsenIQ, as vendas brutas de alimentos no e-commerce cresceram 26,2% em 2023, enquanto as de bebidas caíram 4,9%, refletindo uma alta de 4% nos pedidos, apesar da queda de 8,5% no tíquete médio.
Thierry Galves, gerente de marketing digital e mídia da M. Dias Branco, observa que o setor ainda está recuperando o tempo perdido na digitalização. A empresa, que fabrica marcas como Piraquê e Adria, começou a investir no digital em 2020 e viu suas vendas crescerem 45% em 2023. Galves espera que o ritmo de crescimento do canal digital continue a superar o faturamento total da empresa.
A Ambev, uma exceção no setor, lançou o aplicativo Zé Delivery em 2016. O vice-presidente do Zé Delivery, Fernando Mazzarolo, destaca que o aplicativo é essencial para a companhia, oferecendo não apenas bebidas da Ambev, mas também snacks, carvão e gelo. Em 2023, o volume bruto de mercadoria do aplicativo cresceu 12%, com 16 milhões de pedidos e 5,6 milhões de usuários ativos mensais.
Gabriel Fagundes, executivo de insights da NielsenIQ Brasil, reforça que o e-commerce se tornou uma parte definitiva da jornada de compra dos brasileiros. A tendência é que o segmento de alimentos e bebidas continue ganhando relevância, se consolidando como um canal essencial para os consumidores.
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Fonte: https://valor.globo.com/
Foto de Jakub Żerdzicki na Unsplash