A gigante da biotecnologia Bayer planeja distribuir saladas verdes editadas por genes para supermercados em todo o território dos EUA neste outono. A novidade são folhas de mostarda desenvolvidas pela startup Pairwise utilizando a tecnologia Crispr. “Esperamos ter o produto chegando às cozinhas e mesas de jantar no outono deste ano”, afirmou Anne Williams, chefe de culturas protegidas na divisão de sementes de vegetais da Bayer. Atualmente, a Bayer está em conversas com fazendas e empresas de saladas sobre a melhor forma de cultivar e embalar as verduras.

No ano passado, a Pairwise lançou um novo tipo de folhas de mostarda com sabor ajustado, mas a distribuição foi limitada a restaurantes, cafeterias, hotéis e um único supermercado em Nova York. A empresa utilizou o Crispr para remover várias cópias de um gene responsável pela pungência da mostarda, tornando o sabor mais suave e mantendo as fibras, antioxidantes e outros nutrientes. As folhas foram testadas em mercados de produtores e receberam feedback positivo, de acordo com Tom Adams, CEO da Pairwise.

A Pairwise está agora voltando sua atenção para o desenvolvimento de cerejas sem caroço e amoras sem sementes. “Vemos nosso papel na cadeia alimentar como a invenção de novos produtos”, disse Adams.

O uso da tecnologia Crispr não cria organismos geneticamente modificados (OGMs) no sentido tradicional, pois não envolve a adição de material genético de outra espécie. Nos EUA, o Departamento de Agricultura decidiu que as safras editadas geneticamente não precisam passar por uma revisão regulatória extensa, argumentando que elas poderiam ter sido desenvolvidas por meio de criação convencional.

A Bayer e a Pairwise esperam que essa distinção faça com que os consumidores sejam mais receptivos aos alimentos geneticamente editados. Tom Osborn, chefe de design de produtos vegetais da Bayer, destacou que a empresa está aprendendo com os erros do passado e focando em produtos que melhoram o sabor, a nutrição e a sustentabilidade. “Nossa estratégia é baseada no aprendizado com o passado”, afirmou Osborn.

O preço acessível e o sabor são fatores críticos para a aceitação do consumidor, segundo Khara Grieger, professora assistente de saúde ambiental e avaliação de riscos na Universidade Estadual da Carolina do Norte. A Bayer pretende trabalhar com produtores para incluir as folhas de mostarda em misturas de salada a um preço competitivo.

Em eventos recentes, a Sanatech Seed, uma startup de Tóquio, também apresentou alimentos editados geneticamente, como um tomate com altos níveis de ácido γ-aminobutírico (GABA), que pode ajudar a reduzir a pressão arterial. A empresa planeja expandir a distribuição desse tomate para os EUA e Filipinas.

Essas iniciativas mostram um movimento crescente em direção ao uso de edição genética para desenvolver alimentos com benefícios adicionais, atendendo tanto às demandas dos consumidores quanto às necessidades do mercado.

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Como adotar práticas sustentáveis na indústria de alimentos?

A adoção de práticas sustentáveis na indústria de alimentos é impulsionada por regulamentos e certificações que visam aumentar a competitividade e garantir a segurança alimentar. A certificação FSSC 22000, amplamente adotada, teve sua última atualização na versão 6.0 em 2023, entrando em vigor em abril de 2024. Esta versão vincula práticas sustentáveis à segurança dos alimentos.

A sustentabilidade ambiental e o uso consciente dos recursos naturais são prioridades globais, conforme os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, publicados em 2023. Estes objetivos representam um esforço conjunto dos Estados Membros das Nações Unidas para enfrentar desafios globais.

A sustentabilidade é uma preocupação crescente tanto para indústrias quanto para consumidores. Produzir de maneira a preservar recursos naturais para as futuras gerações é essencial. A demanda por alimentos, juntamente com a preocupação sobre como são produzidos, está impulsionando mudanças significativas na indústria.

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Fonte: https://www.wired.com/