Startup brasileira cultiva gordura suína em laboratório
Uma empresa brasileira está revolucionando a produção de gordura suína. A startup de biotecnologia Cellva cultiva gordura em laboratório sem a necessidade de abater animais, trazendo uma nova abordagem para a tradicional banha de porco.
A Cellva, criada há dois anos, desenvolveu um método para multiplicar células de gordura suína em apenas 21 dias, utilizando biorreatores. Atualmente, a produção é de 15 quilos por mês, mas a meta é alcançar 100 mil toneladas até 2030.
Sérgio Pinto, CEO e cofundador da empresa, destaca a importância da gordura como fonte de ácidos graxos essenciais, como ômega 3 e ômega 9. A startup fechou seu primeiro contrato comercial e está prestes a concluir uma rodada de investimentos de R$ 9 milhões, com aportes de fundos como Seed4Science, EA Angels e investidores internacionais.
Bibiana Matte, cofundadora e diretora científica, aponta que o desafio inicial é comunicar os benefícios da tecnologia ao mercado e obter aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para comercializar a gordura e os ácidos graxos. Enquanto isso, a Cellva já vende microcarreadores e microesferas, utilizados na reprodução celular e na encapsulação de alimentos, respectivamente.
A produção de gordura suína da Cellva começa com a extração de um pequeno pedaço do porco, que é congelado e armazenado em um biobanco. Esse material é descongelado e inserido em biorreatores, onde as células se multiplicam em uma solução de água, nutrientes e microcarreadores, resultando na gordura e nos ácidos graxos.
A Cellva também explora outros produtos, como ácidos graxos, microcarreadores e microesferas, mirando indústrias farmacêuticas e de alimentos. A startup pretende expandir suas operações e abrir uma fábrica em 2026 para comercializar seus produtos.
Sérgio Pinto, com experiência na BRF e Pepsico, identificou o potencial inexplorado da gordura enquanto estava na BRF, e junto com Bibiana Matte, com expertise em carne cultivada, fundou a Cellva. A empresa combina conhecimento técnico e de mercado para inovar na produção de gordura suína e derivados. Essa inovação promete alterar a percepção da gordura suína e também oferece uma solução sustentável e eficiente para a indústria alimentícia.
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Flórida é o 1º estado nos EUA a proibir carne cultivada
O governador Ron DeSantis, assinou um projeto de lei tornando a Flórida o primeiro estado dos EUA a proibir a venda e produção de carne cultivada em laboratório. A legislação foi promulgada durante um evento na Arena dos Pecuaristas do Condado de Hardee, em Wauchula, em 1º de maio, e entra em vigor como um delito de segundo grau a partir de 1º de julho.
DeSantis, ao assinar, expressou seu apoio à agricultura tradicional, destacando que a medida visa proteger os agricultores locais da concorrência representada pelas tecnologias alimentares emergentes. “Estamos lutando contra uma ideologia que, em última análise, quer eliminar a produção de carne nos EUA e ao redor do mundo. No estado da Flórida, deixamos claro: apoiamos a agricultura”, declarou.
Críticos da lei argumentam que a legislação inibe a inovação e limita as escolhas dos consumidores em um setor que está recebendo grandes investimentos globais. Atualmente, os EUA têm 43 empresas envolvidas no desenvolvimento de carnes cultivadas, atraindo mais de 60% dos investimentos globais no setor.
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Fonte: capitalreset.uol.com.br
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