O soro de leite, subproduto da produção de queijos, representa de 80% a 90% do volume do leite processado e há décadas enfrentava desafios relacionados ao descarte inadequado. Dados de Zandona et al. (2021) apontam que sua produção anual atinge 121 mil toneladas, e práticas inadequadas no passado geravam impactos ambientais negativos, como sobrecarga orgânica e poluição de solos e águas.

Conheça a ascensão do soro de leite na indústria alimentícia

Hoje, o soro de leite é amplamente utilizado na indústria alimentícia e farmacêutica, graças às suas propriedades técnico-funcionais e valor nutricional. Composto por cerca de 20% das proteínas do leite, suas frações principais incluem β-lactoglobulina, α-lactoalbumina, imunoglobulinas e albumina sérica bovina. Essas proteínas oferecem características valiosas como emulsificação, retenção de água, gelificação e solubilidade em meios aquosos, tornando-o um ingrediente estratégico.

A capacidade gelificante, por exemplo, é ativada pelo aquecimento, que desnatura as proteínas e forma uma estrutura tridimensional, melhorando a consistência de produtos alimentícios. As propriedades emulsificantes, por outro lado, estabilizam sistemas coloidais, aumentando a viscosidade e garantindo maior estabilidade cinética (Brodkorb et al., 2016; Mehra et al., 2021).

Além disso, o soro de leite é fonte de proteínas de alto valor biológico, o que o torna atrativo para produtos nutricionais e funcionais. Aplicações incluem bebidas lácteas fermentadas e não fermentadas, leites fermentados, ricotas e até formulações para suplementos alimentares.

Bebidas à base de soro de leite impulsionam inovação

O aproveitamento sustentável do soro de leite não apenas reduz impactos ambientais, mas também promove inovação. Sua transformação em insumo valorizado reforça o compromisso da indústria alimentícia com a sustentabilidade e o desenvolvimento de soluções tecnológicas que agregam valor a alimentos e outros produtos.

Fonte: Milk Point
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