Boom das proteínas redefine a indústria de alimentos

O boom das proteínas está transformando a indústria de alimentos, bebidas e suplementos. De snacks a chocolates, o apelo proteico deixou de ser tendência esportiva para se tornar um símbolo de saudabilidade, funcionalidade e conveniência — e as marcas estão respondendo com inovação em praticamente todas as categorias.
Este artigo explica por que o boom das proteínas vem ganhando força, como ele impacta a formulação de produtos e quais ingredientes estão se destacando, como a proteína de ervilha e a proteína de arroz.
Proteína adicionada cresce no Brasil e movimenta o agro
Mercado de proteínas: crescimento acelerado
O interesse por alimentos ricos em proteínas ultrapassou o público fitness. Hoje, consumidores de todas as idades associam o nutriente a benefícios como saciedade, controle de peso, energia e manutenção da massa muscular.
O mercado global de alimentos enriquecidos com proteínas movimentou US$ 66,8 bilhões em 2023 e deve chegar a US$ 101,62 bilhões até 2030, com crescimento médio anual de 6,2% entre 2024 e 2030¹.
No Brasil, o cenário é igualmente promissor:
- O mercado de proteínas vegetais cresceu 42% entre 2021 e 2022, somando R$ 821 milhões²;
- O segmento de suplementos proteicos, incluindo produtos plant-based e whey protein, deve quase dobrar até 2029³;
- O claim “alto teor de proteínas” figura entre os mais valorizados pelos consumidores⁴.
Comportamento do consumidor: proteína como aliada diária
O boom das proteínas é impulsionado por novas percepções sobre saúde e bem-estar. Segundo a FMCG Gurus, 61% dos consumidores globais afirmam estar mais atentos à quantidade de proteína ingerida diariamente⁵.
Entre os principais motivadores estão:
- Saciedade e controle de peso, por ser o macronutriente mais associado à sensação de plenitude;
- Prevenção e longevidade, com foco em manter massa magra e reduzir riscos de sarcopenia;
- Rótulos limpos e funcionais, com ingredientes reconhecíveis e benefícios tangíveis.
Tendências em alimentos com apelo proteico
Feiras como a Naturaltech 2025 evidenciam o avanço dessa tendência em categorias variadas:
- Snacks proteicos: chips e barrinhas com maior densidade nutricional;
- Bebidas funcionais: shakes prontos, águas proteicas e kombuchas fortificadas;
- Suplementos inovadores: gomas, pós e blends líquidos;
- Panificação e confeitaria: pães, cookies e chocolates com maior teor proteico;
- Produtos plant-based: hambúrgueres e iogurtes vegetais com foco em desempenho nutricional.
Esses lançamentos mostram que a proteína deixou de ser atributo restrito ao desempenho esportivo e passou a integrar o cotidiano alimentar.
Proteínas e superfoods impulsionam mercado funcional
Ingredientes em alta: proteína de ervilha e proteína de arroz
Para acompanhar o boom das proteínas, a indústria busca soluções versáteis, sustentáveis e clean label. Nesse contexto, duas fontes ganham destaque:
🔸 Proteína de ervilha — versatilidade e valor nutricional
- Perfil de aminoácidos completo, com presença de BCAAs;
- Alta digestibilidade e sabor neutro;
- Aplicável em bebidas, panificação, snacks e suplementos;
- Livre de alergênicos e alinhada à sustentabilidade.
🔸 Proteína de arroz — textura e digestibilidade
- Complementar ao perfil da ervilha;
- Boa solubilidade e textura para shakes, barras e panificados;
- Sabor suave, livre de glúten, soja e lactose;
- Excelente tolerância digestiva, inclusive para públicos sensíveis.
Oportunidade estratégica para a indústria
Mais do que um modismo, o boom das proteínas reflete uma mudança estrutural na forma como o consumidor enxerga o alimento. Marcas de diferentes segmentos estão reformulando portfólios e lançando linhas com apelo proteico para atender à demanda.
Para competir nesse cenário, os ingredientes precisam reunir:
- Valor nutricional consistente;
- Viabilidade tecnológica;
- Aceitação sensorial;
- Alinhamento com as novas demandas de consumo.
Conclusão
O boom das proteínas é um dos movimentos mais relevantes da nutrição moderna. Ele traduz o desejo por alimentos que unam saúde, conveniência e sabor, abrindo espaço para ingredientes que conciliam desempenho nutricional e sustentabilidade.
Proteínas como as de ervilha e arroz simbolizam essa nova fase da indústria: mais funcional, mais responsável e mais próxima das necessidades do consumidor contemporâneo.