Com preços altos, Mondelez investe em cacau de laboratório
A Mondelez, fabricante de marcas como Toblerone e Milka, intensificou investimentos em cacau cultivado em laboratório para enfrentar custos elevados e a oferta instável do insumo. Em parceria com a startup israelense Celleste Bio, a empresa aposta em tecnologias que usam células de plantas de cacau cultivadas em biorreatores para produzir manteiga e pó de cacau.
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O investimento, realizado por meio do braço de inovação SnackFutures, busca ampliar a produção em escala e atender à crescente demanda por chocolate, que teve alta de 10% no último ano. Segundo Richie Gray, chefe global do SnackFutures, a Celleste comprovou sua capacidade científica desde o primeiro aporte em 2022 e agora está focada em tornar os produtos viáveis comercialmente.
A startup, que já levantou US$ 4,5 milhões em financiamento, afirma que seus produtos são idênticos aos obtidos de forma tradicional, mas cultivados em laboratório. A previsão é de que a manteiga de cacau esteja disponível no mercado em 2027, seguida pelo pó.
A escalada dos preços do cacau, causada por condições climáticas extremas e doenças nas plantações da África Ocidental, reforça a necessidade de alternativas. Em 2024, o preço do cacau atingiu recordes históricos, chegando a US$ 12.000 por tonelada em abril, o dobro do registrado no ano anterior.
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Além dos desafios regulatórios para a aprovação da nova tecnologia nos Estados Unidos e na União Europeia, a iniciativa promete reduzir a dependência de colheitas tradicionais, assegurando o suprimento a longo prazo para a indústria do chocolate.
Fonte: Bloomberg Linea
Foto de Jessica Loaiza na Unsplash