Future Cow recebe aporte para escalar leite sem vaca

A startup brasileira Future Cow, especializada em fermentação de precisão para a produção de leite sem origem animal, acaba de captar R$ 4,86 milhões em uma nova rodada de investimentos. O objetivo é acelerar o desenvolvimento tecnológico e preparar a operação para alcançar escala comercial a partir de 2026.
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A rodada de equity funding contou com a participação de 167 investidores pela plataforma Captable, totalizando R$ 1,26 milhão. Também participaram da operação a rede Anjos do Brasil e a FEA Angels. O restante dos recursos veio de aportes públicos: R$ 1,5 milhão da Fapesp e R$ 2,2 milhões da Embrapii, por meio do programa CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais).
A Future Cow é pioneira no uso da fermentação de precisão para reproduzir as proteínas do leite bovino em laboratório, sem o uso de animais. A startup insere DNA bovino em microrganismos como fungos e leveduras, que passam a produzir proteínas como caseína e whey, de forma molecularmente idêntica às do leite tradicional. O resultado é um produto livre de lactose, colesterol e hormônios, com menor impacto ambiental.
Segundo Leonardo Vieira, cofundador e CEO da empresa, os recursos permitirão otimizar a célula de produção e ampliar a eficiência do processo. “Nosso objetivo é oferecer ao mercado uma alternativa sustentável e eficiente ao leite tradicional, contribuindo para um futuro mais seguro e consciente na produção de alimentos.”
A startup já atraiu o interesse de fundos internacionais como Antler e Big Idea Ventures (BIV). A BIV, inclusive, fez da Future Cow sua primeira investida no Brasil, reforçando o potencial de internacionalização da tecnologia desenvolvida.
A próxima fronteira dos lácteos
Com previsão de licenciar sua tecnologia para grandes indústrias nos próximos anos, a Future Cow representa um movimento crescente de inovação no setor de proteínas alternativas no Brasil. A aposta em fermentação de precisão — tecnologia semelhante à usada na produção de cervejas e vinhos — promete acelerar o acesso a lácteos mais sustentáveis e tecnicamente avançados.
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A expectativa é que, ao atingir escala industrial, a startup possa atender à demanda de um consumidor cada vez mais atento à origem dos alimentos, ao impacto ambiental da cadeia produtiva e às soluções que unam ciência, sabor e responsabilidade.
Fonte: Startupi
Imagem: Freepik