O estudo “A Agricultura de Pítons como uma Solução Flexível e Eficiente para a Segurança Alimentar” investigou as taxas de crescimento das pítons birmanesas e reticuladas em fazendas no Vietnã e na Tailândia. Os resultados indicaram um rápido crescimento desses répteis ao longo do ano, apesar de um consumo comparativamente menor em comparação com outros animais criados para consumo de carne.

Com as crescentes ameaças à agricultura global, incluindo as mudanças climáticas, cientistas alertam para a necessidade de considerar fontes de proteínas mais sustentáveis. Daniel Natusch, coautor do estudo e presidente do Grupo de Especialistas em Cobras da Comissão de Sobrevivência de Espécies da União Internacional para a Conservação, destaca a importância de adaptar-se a um sistema agrícola mais resiliente diante desses desafios.

Embora o consumo de carne de cobra seja comum em várias regiões do mundo, a indústria de criação desses animais permanece relativamente pequena. Natusch observa que, enquanto muitos já consideram a carne de cobra uma fonte culturalmente aceitável de alimento, especialmente em países do leste asiático, há uma resistência nos países ocidentais.

A pesquisa revela que as pítons possuem características que as tornam altamente eficientes em termos de crescimento e conversão alimentar. Um estudo detalhado, que analisou mais de 4.600 pítons, demonstrou que esses animais podem ganhar 1 grama de carne para cada 4,1 gramas de alimento consumido, com uma perda mínima de peso mesmo após longos períodos sem se alimentar.

Além disso, as pítons têm uma biologia adaptada para maximizar a eficiência energética, podendo viver por longos períodos entre as refeições. Comparativamente, outros animais criados para consumo demoram mais para se reproduzir, tornando essas cobras uma opção potencialmente mais sustentável.

Você também pode gostar disso:
Setor de alimentos saudáveis deve crescer 27% até 2025

Fonte: sciencetimes