NOTÍCIAS

Estudo mostra ultraprocessados como fonte de proteína a vegetarianos

Uma pesquisa conduzida pelo Centro de Medicina do Estilo de Vida da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) revelou que vegetarianos estritos no Brasil atingem a quantidade recomendada de proteínas, mas dependem de alimentos ultraprocessados para isso.

Vegetarianismo e veganismo impulsionam inovação na indústria

O estudo, coordenado pelo professor Hamilton Roschel, analisou a dieta de mais de 500 participantes e encontrou uma mediana de consumo proteico de 1,12 gramas por quilo de peso corporal, superando a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A pesquisa mostrou que, para alcançar esses níveis de ingestão proteica, vegetarianos estritos recorrem principalmente à proteína texturizada de soja e a suplementos proteicos à base de plantas, ambos classificados como ultraprocessados. Além disso, a ingestão de aminoácidos essenciais também foi considerada adequada, com uma taxa superior a 90%.

Apesar da dependência de ultraprocessados para o consumo proteico, 66% das calorias na dieta dos vegetarianos estritos vêm de alimentos in natura ou minimamente processados, um índice superior ao da população geral brasileira. Apenas 13% das calorias ingeridas por esse grupo provêm de ultraprocessados, uma proporção menor em comparação com a média nacional.

Roschel destaca que, embora alguns alimentos ultraprocessados, como a proteína texturizada de soja, sejam criticados, eles não contêm os níveis elevados de sal, açúcar e gordura encontrados em outros ultraprocessados comumente associados a malefícios à saúde. Ele argumenta que é necessário considerar nuances na classificação desses alimentos.

O mercado de ultraprocessados, no entanto, está em expansão, e nem todos os produtos voltados para vegetarianos estritos apresentam a mesma qualidade nutricional. Roschel alerta para o risco de aumento do consumo de ultraprocessados de baixa qualidade entre os vegetarianos, o que poderia comprometer os benefícios de uma dieta plant-based. O estudo ressalta a importância de educação nutricional e políticas públicas para regular o mercado e promover alimentos de melhor qualidade.

A pesquisa contou com a participação de pesquisadores do Grupo de Fisiologia Aplicada e Nutrição da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP e do Centro de Medicina do Estilo de Vida da FMUSP.

Fonte: Jornal da USP
Imagem: Freepik

Kely Gouveia

Kely Gouveia

About Author

Editora Chefe; Head de inovação e Negócios Jornalista focada em educação, arte, tecnologia, empreendedorismo e todas as atividades que possam causar impacto no mundo. Em março de 2023, se juntou à equipe da Equilibrium Latam para compor o time e atuar em inovação para projetos como o BHB Food e a Academia da Nutrição.

Deixe um comentário

Você pode gostar também

NOTÍCIAS

Tio João acaba de lançar um Arroz Polido Orgânico

Tio João, marca do Grupo Josapar, amplia seu portfólio de produtos orgânicos com o lançamento do “Arroz Tio João Polido
NOTÍCIAS

INTERNACIONAL: EUA e Reino Unido fecham acordo de equivalência para orgânicos

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos e do Reino Unido assinaram um novo acordo de equivalência, que permite que