A Döhler, gigante global de ingredientes, investiu na startup britânica Nukoko com o objetivo de expandir a produção de um chocolate sem cacau, feito a partir da fava de feijão. A iniciativa surge em um momento de pressão sobre o mercado de cacau, que enfrenta um aumento significativo de preço em 2023, impulsionado por mudanças climáticas e declínio nas colheitas, além de questões ambientais e socioeconômicas.

Cientistas desenvolvem método para chocolate mais saudável

A parceria permitirá à Nukoko migrar de uma produção piloto para uma escala industrial até 2025, utilizando fermentação em lotes de 10.000 litros para garantir eficiência e alta capacidade produtiva. A Döhler, com expertise em processos regulatórios e segurança alimentar, dará suporte estratégico para que a startup acelere a entrada do produto no mercado.

A Nukoko, fundada em 2022 por Ross Newton, Kit Tomlinson e pelo especialista em cacau Professor David Salt, desenvolveu uma tecnologia patenteada que reproduz a fermentação tradicional do cacau, utilizando fava de feijão como matéria-prima. Esse método promete reduzir as emissões de carbono em até 90% em comparação com o chocolate convencional.

Além do apelo sustentável, o chocolate sem cacau da Nukoko oferece benefícios nutricionais, com 40% menos açúcar, mais proteínas, fibras e antioxidantes, mantendo características essenciais do chocolate tradicional, como derretimento e textura suave, adaptando-se bem à produção industrial para confeitaria e panificação.

Rodrigo Hortega de Velasco, da Döhler Ventures, afirma: “A tecnologia da Nukoko é uma solução inovadora para a indústria de alimentos e bebidas. Estamos orgulhosos de apoiar a ampliação de seu chocolate sem cacau, alinhando-se à nossa missão de impulsionar inovações alimentares sustentáveis.”

Conheça o chocolate de larvas produzido no Amapá

A parceria com a Döhler também consolida a trajetória da Nukoko, que, em março, levantou US$ 1,5 milhão e firmou acordos com o varejista suíço Coop Group. Com esse apoio, a empresa planeja ampliar a distribuição de sua alternativa ao chocolate, visando alcançar um público mais amplo e contribuir para a diversificação da indústria de alimentos.

Fonte: Vegan Business
Imagem: Freepik