Com cacau em alta, jovens de Rondônia investem na cultura
Os preços do cacau atingiram picos históricos em 2024, com a cotação na bolsa de Nova York alcançando US$ 11.878 por tonelada, um aumento de quase 300% em 12 meses. Embora tenha recuado para US$ 7.394, o valor ainda é muito superior ao de um ano atrás, quando estava abaixo de US$ 3 mil por tonelada. Esse cenário tem atraído jovens agricultores em Rondônia, que veem na cacauicultura uma oportunidade de renda significativa.
Vinícius Ferreira, de 21 anos, cuida de mil pés de cacau em Ji-Paraná, que hoje representam metade da renda familiar. Ele negociou sua colheita por R$ 30, R$ 40 e R$ 59 o quilo, alcançando lucros inéditos. Jeferson Rodrigues, de 22 anos, de Tarilândia, também está otimista com o preço do cacau, que supera a renda da pecuária de leite.
Mayara Franzin, coordenadora agrícola da Nestlé, ressalta que é importante os jovens verem o cacau como uma cultura de longo prazo, não apenas na alta dos preços. Rondônia, que já foi o terceiro maior produtor do Brasil, viu sua área de cultivo reduzir para 7,5 mil hectares em 2022, mas a produção é valorizada na indústria de chocolate fino. Em 2023, o estado recebeu o registro de Indicação Geográfica (IG) para o seu cacau.
A Nestlé, em parceria com o Instituto Ampliê, iniciou o projeto “Cacauicultores do Futuro” em Rondônia, visando apoiar a sucessão familiar na cacauicultura. Laran Fábia, de 18 anos, de Mirante da Serra, é uma jovem produtora que aposta no crescimento de sua pequena roça de cacau.
Produtores mais experientes, como Deoclides Silva, dono do premiado chocolate Tiengo, mostram cautela com os altos preços. Cláudio Coimbra, que possui 10,5 mil plantas, destaca a importância de uma lavoura produtiva para enfrentar a volatilidade do mercado.
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Nos últimos meses, o mercado internacional do cacau tem sido marcado por uma tendência de alta de preços sem precedentes.
Em março deste ano, os contratos de entrega de cacau negociados na Bolsa de Nova York atingiram valores significativamente elevados, com um aumento impressionante de 32,5% em relação ao mês anterior, segundo dados da Valor Data, divulgados pelo site do Globo Rural.
Por que apostar em uma solução alternativa ao cacau?
Essa tendência de alta contínua, que já se estende por 18 meses, representa um desafio significativo para os fabricantes de alimentos, especialmente aqueles que dependem da manteiga de cacau em suas receitas.
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Fonte: globorural.globo.com