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Indústria aposta em biscoito para reduzir uso de cacau na Páscoa

A disparada de 189% no preço do cacau em 2024 levou a indústria de chocolates a buscar alternativas para amenizar o impacto nos preços dos ovos de Páscoa. Entre as estratégias adotadas, estão produtos recheados com biscoitos e bombons, tendência conhecida como “chocobakery”, que reduz a proporção de cacau sem comprometer o sabor.

Preço dos ovos de Páscoa deve subir com alta do cacau

A informação foi apresentada por Gustavo Bastos, vice-presidente jurídico e de assuntos públicos da Nestlé e presidente do conselho diretor da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), durante o balanço anual do setor, divulgado nesta quinta-feira (20).

“Nesta Páscoa teremos mais opções na tendência ‘chocobakery’, união do chocolate com biscoito. Isso permite que o consumidor continue consumindo chocolate, mas com menos cacau, reduzindo o impacto no preço final”, explicou Bastos.

A indústria enfrentou um pico de 400% na alta do cacau ao longo do ano, o que deve resultar em aumentos de preços na casa dos dois dígitos para os ovos de Páscoa. No entanto, segundo Bastos, os reajustes não serão tão expressivos quanto 50% ou 70%, pois as empresas buscam manter a acessibilidade dos produtos.

Produção e impacto no setor

A Nestlé iniciou a produção dos ovos de Páscoa ainda em setembro, na unidade de Vila Velha (ES), antiga fábrica da Garoto. Em Extrema (MG), a multinacional está fabricando os ovos da Kopenhagen, adquirida no ano passado.

A inflação de alimentos e bebidas fechou 2024 em 7,7%, contra 1,02% no ano anterior, segundo o IBGE. Os industrializados puxaram a alta, com 8,94% de aumento, enquanto os alimentos in natura registraram deflação de 1,93%.

O faturamento da indústria de alimentos cresceu 9,9%, atingindo R$ 1,27 trilhão, o que representa 10,8% do PIB. O mercado interno respondeu por 72% desse valor, enquanto as exportações totalizaram R$ 357 bilhões.

As vendas reais do setor avançaram 6,1% e a produção física cresceu 3,2%, atingindo 283 milhões de toneladas. O Sudeste liderou o faturamento da indústria, com R$ 488 bilhões, seguido pelo Sul (R$ 348 bilhões), Centro-Oeste (R$ 251 bilhões), Nordeste (R$ 126 bilhões) e Norte (R$ 63 bilhões).

Investimentos e exportações

Os investimentos na indústria somaram R$ 38,7 bilhões, um crescimento de 9% sobre 2023. A inovação recebeu R$ 24,9 bilhões, um salto de 48%, enquanto fusões e aquisições movimentaram R$ 13,8 bilhões.

A indústria gerou cerca de 72 mil empregos formais e diretos no último ano, somando um total de 2 milhões de trabalhadores no setor. O consumo interno se dividiu entre varejo (72%), com crescimento de 9%, e food service (28%), que registrou alta de 10,4%, mas segue em desaceleração.

O setor de alimentos processa 62% da produção agropecuária brasileira e 68% da agricultura familiar. Entre as commodities, além da alta do cacau (189%), o café também apresentou um aumento expressivo de 140%.

Nestlé lança Ovo Choco Trio para a Páscoa 2025

O Brasil se mantém como maior exportador global de alimentos industrializados em volume e o quinto maior em valor. Os principais mercados são China, Estados Unidos, Indonésia e Emirados Árabes. Em 2024, o saldo da balança comercial do setor foi de US$ 57,4 bilhões, representando 20% das exportações brasileiras.

Fonte: O Otimista
Foto de Tim Gouw na Unsplash

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